© Fernando Maia da Cunha - Photography / fernandomaiadacunha@gmail.com
Resiliência
Em 2018, você se lançou em uma jornada que, mais que geográfica, era profundamente íntima e ancestral. Ao revisitar Paris, Roma e Tirana, foi como se voltasse a cada dobra do tempo, tocando o tecido das lembranças que se entrelaçam entre o passado e o presente. Esses álbuns de família, trazidos de um exílio distante, guardavam não apenas imagens, mas fragmentos de uma história interrompida, que clamava por ser contada novamente.
Cada fotografia, após uma pesquisa que transbordava curiosidade e paciência, revelou sua localização, suas histórias ocultas no silêncio dos anos. Ao capturar novas imagens, você fez mais do que documentar paisagens ou edifícios; você preencheu as lacunas da sua memória com a luz e a sombra de cada novo clique, tecendo memórias visuais que antes existiam apenas em vestígios.
Esse álbum vazio de 1977, que parecia aguardar por um desfecho, finalmente encontrou sua completude. Com quatro fotografias originais e as novas imagens da sua jornada, ele agora carrega a pulsação de uma história que, mesmo marcada pela ausência, encontra sua plenitude nas mãos de quem a revive.
Esse processo que você viveu, de busca e reconstrução, tem uma poesia própria, como uma narrativa que dança entre os instantes passados e os reescritos, criando uma obra visual que transcende o tempo.